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Via certa na injeção. Evite erros!

Via certa na injeção. Evite erros!

Para evitar erros de medicação, você já sabe: conheça e lembre-se de conferir OS NOVE CERTOS DA MEDICAÇÃO. Erros devem ser sempre prevenidos. 

Vias de administração

Cada via apresenta indicações baseadas em suas vantagens. Entender sobre a via certa na injeção é muito importante, por exemplo: a endovenosa oferece o benefício do efeito imediato, então é muito usada em emergências. Já a subcutânea é a via de escolha quando se quer uma absorção prolongada e contínua, necessária em alguns tratamentos.

Apesar de cada via apresentar vantagens, pode-se dizer que todas elas têm limitações, por exemplo, as vias injetáveis exigem grande conhecimento e habilidades dos aplicadores, o que não acontece na via oral.

Sobre as vias mais usadas (endovenosa, intramuscular, subcutânea e intradérmica), pode-se listar diversas particularidades, mas um fato bastante importante é que toda injeção deve ser feita na VIA CERTA.

Via de aplicação destacada na prescrição

Garantir a VIA CERTA na injeção é tão importante que a estrutura ideal para prescrições tem a via de administração como a primeira informação apresentada e a mesma deve estar em caixa alta. Isto facilita a análise da prescrição pelo profissional que vai administrar (ou dispensar), o que ajuda a reduzir o risco de erros de medicação.

Ao conferir a via prescrita, atenção para as abreviações usadas! Erros de interpretação podem acontecer, principalmente quando as prescrições são redigidas à mão.

Via injetável Sigla
Endovenosa ou intravenosa EV ou IV
Intramuscular IM
Subcutânea SC
Intradérmica ID

O uso de abreviações nas prescrições deve ser evitado pois elas podem aumentar a chance de erro de medicação.

Siga recomendação do fabricante 

Ao fazer a análise da prescrição deve-se ler a via definida e conferir se a mesma corresponde àquela recomendada pelo fabricante. Para isso, não restrinja sua consulta apenas às informações da bula. Utilize bases de dados sobre medicamentos pois eles apresentam informações mais atualizadas e conteúdos específicos que podem não ser encontrados nas bulas.

Não se pode administrar injetáveis em vias diferentes das descritas nas literaturas dos medicamentos. Sua composição, tipo de veículo, forma farmacêutica, pH, osmolaridade e outras características podem não ser compatíveis com outra via de aplicação. Há alguns injetáveis que podem ser administrados em mais de uma via, mas esta informação é obtida nas literaturas destes medicamentos.

Antes de iniciar o procedimento de preparo da seringa é importante sempre esclarecer todas as dúvidas, sejam elas técnicas ou de legibilidade. Além do uso de literaturas, lembre-se de discutir suas dúvidas com colegas da área, coordenadores farmacêuticos ou da enfermagem.

Utilize diluente e materiais adequados

Ao selecionar os dispositivos necessários, verifique se o diluente (tipo e volume) é o adequado para o medicamento a ser administrado e principalmente para a via prescrita.

O comprimento da agulha irá permitir que o tecido alvo de cada via de aplicação de um injetável seja atingido.

Em linhas gerais, a escolha das agulhas deve seguir estes padrões:

– para a intramuscular nas regiões glúteas, prefira agulhas de 30 mm. A de 25 mm é a mais indicada no deltoide e vasto lateral. Em pacientes obesos ou locais com grande espessura de tecido subcutâneo, deve-se optar pelas agulhas mais longas.

– para a subcutânea, agulhas mais curtas são mais seguras pois reduzem o risco de injeção IM. Como a pele tem espessura média de 2 mm é difícil ocorrer o erro de aplicação na via intradérmica.

Técnica adequada: ângulo e prega garantem VIA CERTA na injeção.

A escolha do tamanho do ângulo e o uso de prega têm dois objetivos: garantir a aplicação na via prescrita e reduzir riscos ao paciente.

As seguintes recomendações são básicas, atendem a maior parte das injeções:

Na via IM, ao se usar agulhas com comprimentos ideais (maiores que a distância entre a pele e o músculo), não é necessário realizar prega. Deve-se apenas esticar a pele antes de aplicar a agulha. O ângulo padrão na via IM é 90°. Em crianças e pacientes muito magros a prega muscular pode ser realizada (com o uso de 5 dedos em formato de pinça), isso evita o risco de contato da agulha com estruturas ósseas. Para evitar este mesmo risco, pode-se optar pelo ângulo de 45° em pacientes muito magros e em injeções na região do vasto lateral.

Na via SC, recomenda-se o uso de prega cutânea (ou subcutânea), que deve ser feita com 2 ou 3 dedos em formato de pinça e evita o risco da injeção ser feita no músculo. Ela somente é dispensável quando se usa agulhas com comprimento de 4 ou 5 mm, mas deve ser sempre feita em crianças com menos de 6 anos ou regiões com pouco tecido subcutâneo. O ângulo padrão de 90° deve ser substituído por um menor (45°) em situações em que há risco da injeção ser feita no músculo, por exemplo, no uso de agulhas de 13 mm. Se esta é a única opção de agulha disponível, deve-se realizar a prega e usar o ângulo de 45° sempre.

Aprenda mais sobre todos os aspectos listados acima neste vídeo:

Consequências do erro relacionado à via de aplicação:

Erro na via de aplicação compromete a absorção. A aplicação de um medicamento injetável em tecido diferente do recomendado tecnicamente, pode gerar atraso ou não absorção com consequente ausência de efeito e possível reação inflamatória local.

A aceleração da absorção pode também ocorrer, por exemplo, na aplicação de um medicamento no músculo quando o recomendado era a via subcutânea.

Nesse artigo descrevi cuidados importantes para garantir a VIA CERTA na injeção intramuscular e subcutânea e já abordei outro dos noves certos neste blog, acesse este link e aprenda sobre “dose certa”.

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