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7 condutas infalíveis que evitam acidentes com perfurocortantes

É preciso estar atento para evitar acidentes com perfurocortantes! Sempre que um profissional de saúde atende a um paciente, costuma focar toda a atenção nele. Afinal, quem tem a saúde como ofício, quer mesmo cuidar das pessoas, certo? Só que, nem sempre, o profissional dedica a si mesmo, os cuidados necessários. E isso é um grande problema…

Em farmácias, laboratórios, entre outros locais da área de saúde, procedimentos como aplicação de injeção e medição de glicemia expõem profissionais ao risco de acidentes percutâneos (que atravessam a pele), pois há a manipulação de agulhas, ampolas e lancetas. Então, há risco de se contrair infecções como as hepatites B e C, além de outras mais graves, como as do vírus HIV.

Sobre os acidentes com perfurocortantes, você sabia?

  • Profissionais de saúde estão entre os mais expostos a acidentes e doenças ocupacionais, inclusive essa é uma preocupação do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Veja mais sobre isso em http://goo.gl/DFv7vn.
  • É alta a incidência de acidentes com perfurocortantes, porém muitos profissionais escondem ou ignoram a ocorrência.
  • Prevenir é melhor que remediar.

Ao final deste artigo, você vai perceber que é possível transformar essas condutas em bons hábitos!

Aqui vai algumas boas dicas para que se evite acidentes com perfurocortantes 

1. Nunca reencapar agulhas após o uso

Fonte: Jornal BD Mão Boa ed.31
O reencape aumenta o risco de acidentes com perfurocortantes.
Foto: Jornal BD Mão Boa ed.31

Essa recomendação existe desde a década de 1980, mas, até hoje, acontecem acidentes com perfurocortantes em profissionais que mantém o hábito de reencapar agulhas. Estas pessoas recolocam o protetor da agulha após concluir o procedimento de injeção ou coleta sanguínea, por exemplo. Reencapar agulhas após o uso é muito arriscado! A mão que segura o protetor fica exposta e acaba se ferindo.

Nunca reencapar agulhas após o uso: Esta conduta é conhecida como uma das precauções-padrão. Deve ser implementada em qualquer situação! (1)

Durante o preparo da seringa (ao preenchê-la com o medicamento), pode-se reencapar a agulha usando a técnica de “pescar” a capa com apenas uma mão (1). Você evita a exposição excessiva da agulha, não se corta e, como não há sangue na agulha, não se expõe a contaminações. Isso é também conhecido como “reencape passivo”.

2. Nunca desconectar agulhas após o uso

Assim como na conduta anterior, deve-se sempre considerar que agulhas usadas oferecem riscos potenciais de transmissão de infecções. Então, evite o contato com esse material. Nunca tente desconectar a agulha da seringa (2).

3. Usar seringas e lancetas com dispositivos de segurança

Estes dispositivos são tecnologias disponíveis e recomendadas pela NR 32 Norma Regulamentadora Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde (2).

O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça parte o elemento perfurocortante ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de acidente, seja qual for o mecanismo de ativação do mesmo(3).

Deve-se ativar o dispositivo assim que o procedimento estiver concluído e se atentar para sinais auditivos (como cliques) ou visuais para comprovar que o dispositivo foi ativado e está travado.

Aplique esta dica no atendimento a pacientes com Diabetes:

– Lancetadores são de uso individual (eles fazem parte do kit de materiais para automonitorização), o mesmo acontece com as canetas de aplicação de insulina. É contraindicado seu uso por profissionais devido ao risco de acidentes com perfurocortantes, exceto quando usados com tecnologia safety. Um exemplo é o uso de agulha para caneta com dispositivo de segurança.

– Na coleta de amostra sanguínea, seja na farmácia ou em eventos, deve-se usar lancetas com dispositivo de segurança, pois eles eliminam o risco de contato com a estrutura perfurante (4).

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4. Estar sempre atento para a movimentação de pessoas próximas

Sempre oriente seu paciente para se manter quieto durante a injeção ou coleta de sangue para testes (de glicemia ou outros). Além de minimizar riscos, vai promover conforto. Atenção especial quando atender um paciente relutante ou não-cooperativo, como as crianças, por exemplo!

Movimentos bruscos e a presença de outras pessoas na sala podem causar acidentes com perfurocortantes. Portanto, muita atenção! Idealmente, deve-se evitar a presença de muitas pessoas no ambiente.

5. Manusear com cuidado os materiais trazidos de casa pelo cliente

Alguns pacientes reusam seringas e lancetas. Apesar da prática ser contraindicada, ela é bastante comum. Imagine então a seguinte situação: um cliente que faz uso de insulina leva uma seringa usada para tirar uma dúvida na farmácia.

Ou, então, ele quer entender “por que que o monitor de glicemia está dando valores tão altos!

Nestas situações, tenha cuidado ao manusear os materiais e aproveite para informar sobre as complicações causadas por este reuso.

Se o seu local de trabalho recebe resíduos usados por estes clientes para dar o encaminhamento correto, exija que eles estejam devidamente acondicionados em recipientes com paredes feitas de material rígido e tampados. Para saber informações sobre o descarte de resíduos perfurocortantes da farmácia, leia este artigo do blog da Aplicar Conteúdos em Saúde.

6. Usar técnica correta ao quebrar ampolas

Aquele que ficou seguro ao quebrar a sua primeira ampola que levante a mão! Considere-se uma raridade…

Além de evitar ferimentos nas mãos, saber quebrar corretamente as ampolas evita a formação de fragmentos de vidro que poderiam ser administrados durante a injeção.

Existem dois tipos de facilitadores para abertura de ampolas. Veja detalhes na imagem (5).

– Um deles (mais comum) é chamado “anel de ruptura”, trata-se de um anel de tinta que cobre o estrangulamento (gargalo) da ampola. Esta tinta gera uma fragilidade, facilitando a quebra.

– O outro é o “OPC” (One Point Cut ou Único Ponto de Abertura), em que há uma pequena incisão no gargalo da ampola. Um ponto com tinta fica logo acima desta incisão e orienta ao manipulador sobre a posição correta de abertura.

Mas atenção para um detalhe: essa foto é para mostrar as posições dos dedos e não está sendo usado nenhuma proteção contra contaminação do medicamento. Na vida real, é preciso cobrir o gargalo com algum material estéril, pode ser um gaze ou a face interna da embalagem da seringa.

Esta última opção é uma boa dica, sem custos!

quebra ampola
Posição segura para quebra de ampola evita acidentes com perfurocortantes. Polegares apoiam no estrangulamento e indicadores envolvem a parte superior da ampola. Foto de Carraretto AR, Curi EF, Almeida CED, Abatti REM. Glass Ampoules: Risks and Benefits. Rev Bras Anestesiol. 2011;61(4):513-21.

7. Descartar os resíduos de forma segura

Ao terminar o procedimento, descarte imediatamente todos os materiais. Para isso, tenha sempre o coletor de perfurocortantes próximo, disponível em local visível e acessível. Nada de sobrecarregá-los e respeite sempre o limite (é uma linha pontilhada) (6).

Agora que você já conhece todas as condutas, a dica mais importante:

Coloque tudo isso no seu piloto automático!

O automatismo é uma importante causa de acidentes, principalmente para aqueles profissionais que têm o hábito de reencapar agulhas após o uso.

Então use essa habilidade a seu favor: transforme as condutas corretas em hábitos. Assim, você manterá o foco no cliente sem deixar sua segurança de lado!

O que achou deste artigo? Deixe um comentário no fim desta página. Assim, vou saber se te ajudei e em que posso melhorar!

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REFERÊNCIAS:

  1. Rapparini C. Manual de implementação : programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde. São Paulo: Fundacentro; 2010.
  2. MTE. PORTARIA No 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005 Aprova a Norma Regulamentadora no 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde),. In: MTE, editor. Brasília2005.
  3. MTE. PORTARIA N.º 1.748, DE 30 DE AGOSTO DE 2011. In: MTE, editor. Brasília2011.
  4. Sociedade Brasileira de Diabetes. Aplicação de insulina: dispositivos e técnica de aplicação. In: Farmacêutica A, editor. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015. São Paulo2014.
  5. Carraretto AR, Curi EF, Almeida CED, Abatti REM. Glass Ampoules: Risks and Benefits. Rev Bras Anestesiol. 2011;61(4):513-21.
  6. MS. RESOLUÇÃO-RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. In: ANVISA, editor. Brasília2004.